A (DES) INTEGRALIDADE DAS PRÁTICAS DE ATENÇÃO EM SAÚDE MENTAL NUMA EMERGÊNCIA DE UM HOSPITAL “QUASE GERAL”

Ândrea Cardoso de Souza

Resumo


A política de saúde mental brasileira aponta o hospital geral como parte integrante da rede de serviços substitutivos ao hospital psiquiátrico. É preconizado que os serviços substitutivos levem em consideração o acolhimento, o vínculo e a integralidade na prestação do cuidado. O objetivo deste artigo constitui-se em analisar as práticas assistenciais as pessoas com transtornos mentais em uma emergência de um hospital geral e os seus efeitos para integralidade do cuidado. Materiais e métodos: Pesquisa descritiva de abordagem qualitativa. O cenário foi o serviço de emergência de um hospital geral, localizado na zona oeste do município do Rio de Janeiro. Os dados foram obtidos por meio de entrevista semiestruturada e observação participante. Resultados: O espaço físico da emergência pouco favorecia o desenvolvimento de uma atenção acolhedora, resolutiva e humanizada. As práticas assistenciais eram predominantemente pautadas pelo modo asilar. Noções de acolhimento, vínculo e integralidade faziam parte do discurso mas ainda não se materializam nas práticas assistenciais. Discussão: O estigma atribuído à doença mental constituiu-se empecilho à adoção de práticas acolhedoras. Conclusão: A fim de possibilitar que hospital geral adote práticas integrais e que se constitua como parte da rede de serviços substitutivos em saúde mental é necessário investir em novos arranjos institucionais que coloquem o usuário no centro dos modos de produção de atos de saúde; investir na dimensão cuidadora da qualificação dos profissionais de saúde.


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