SER MULHER E VIVER COM HIV: reflexões sobre abandono de tratamento, condições socioeconômicas e COVID-19

Autores

  • Noemi Cristina Ferreira da Silva Assistente Social no Instituto Estadual de Hematologia Arthur da Siqueira Cavalcanti - HEMORIO

Resumo

Introdução: A pandemia da COVID-19 modificou a organização da vida ao redor do mundo e, como consequência, impactou diretamente os serviços de saúde, incluindo aqueles que ofertam o cuidado de doenças crônicas. Compreende-se que as pessoas que vivem com o HIV encontram-se mais vulneráveis diante da COVID-19 uma vez que o imunocomprometimento biológico é um fator de risco para desenvolver os estágios mais graves. Assim, analisar o processo de retenção/adesão ao tratamento, que é multifatorial e abarca o acesso aos direitos sociais que dão suporte a continuidade do tratamento, é de suma importância. Objetivo: Identificar e analisar as condições socioeconômicas associadas ao abandono de tratamento das mulheres que vivem com o HIV e são acompanhadas em dois serviços de saúde localizados no município do Rio de Janeiro. Metodologia: Trata-se de uma abordagem quantitativa em um estudo retrospectivo. Os dados foram coletados dos prontuários das mulheres matriculadas em dois serviços de saúde que prestam assistência às pessoas que vivem com HIV, localizados no município do Rio de Janeiro, que se encontravam em situação de abandono de tratamento no período compreendido entre março/2020 e março/2021. Resultados: Compreende-se que as mulheres em situação de abandono de tratamento são cisgêneros, heterossexuais, identificadas como negras, solteiras, sem filhos e que vivenciam há mais de 300 dias a situação de abandono de tratamento. Diante das condições socioeconômicas, percebe-se que em maioria são as únicas provedoras do grupo familiar, referindo renda familiar per capita de até ½ salário-mínimo, perfil condizente com a extrema pobreza.

Biografia do Autor

Noemi Cristina Ferreira da Silva, Assistente Social no Instituto Estadual de Hematologia Arthur da Siqueira Cavalcanti - HEMORIO

Assistente Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

Especialista em Oncologia pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA)

Especialista em Saúde da Mulher pelo Instituto de Atenção à Saúde São Francisco de Assis (HESFA/UFRJ)

Mestranda em Saúde Pública pela Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP/FIOCRUZ)

 

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Publicado

2024-12-18

Como Citar

Ferreira da Silva, N. C. (2024). SER MULHER E VIVER COM HIV: reflexões sobre abandono de tratamento, condições socioeconômicas e COVID-19. MOITARÁ - Revista Do Serviço Social Da UNIGRANRIO, 1(9), 27–52. Recuperado de https://publicacoes.unigranrio.edu.br/mrss/article/view/7949

Edição

Seção

Artigos - Temas Livres