EDITORIAL
DOI:
https://doi.org/10.17648/raoit.v4n3.3546Resumo
A presente edição da Revista do Observatório de Inovação do Turismo destaca temas interessantes para gestores, profissionais da área de turismo e filósofos. A resenha crítica e os cinco artigos apresentados abordam temas atuais - práticos e teóricos - relacionados ao turismo.
Tendo como base a definição de Lundgren (1974) para residências secundárias, o primeiro artigo desta edição — “Globalização, turismo e residências secundárias: o exemplo de Salvador-Bahia e de sua região de influência” — aborda o aumento das atividades de turismo associadas à expansão de condomínios residenciais na região de Salvador, baía de Todos os Santos e litoral norte da Bahia. Os autores Sylvio Bandeira, Silvana Sá e Barbara Christine destacam o surgimento de grandes complexos turísticos integrando resorts e condomínios, denominados condo-resorts, e a ampliação de investimentos estrangeiros na área a partir de 2000 que marca o início da implantação dos grandes empreendimentos hoteleiros na região. A previsão é que, apesar da crise financeira iniciada em 2008, haja continuidade desse processo em um ritmo mais acelerado.
O desenvolvimento sustentável é um paradigma, visto como meta por sociedades e gestores no século XXI. Atentos a essa questão, Edegar Tomazzoni, Fernanda Zanette e Mônica Laidens elaboraram o trabalho “Gestão em hotelaria e sustentabilidade ambiental: análise da experiência do Programa Bem Receber na região das hortências (serra gaúcha)” pelo qual buscam analisar como a gestão de turismo e hotelaria, baseada em procedimentos ambientalmente responsáveis, pode contribuir para o desenvolvimento socioeconômico. O estudo de caso fundamentou-se no Programa Bem Receber para os meios de hospedagem dos primeiros participantes na região das hortências, na serra gaúcha, cujo objetivo é o de capacitar os gestores dos meios de hospedagem e proporcionar-lhes conhecimento de sustentabilidade ambiental por meio de oficinas e consultorias técnicas. Com base em uma análise qualitativa das empresas participantes antes e depois da implantação do programa, foi possível aos articulistas constatar retornos positivos a médio e a longo prazos.
Na sequência, pelo ensaio teórico “A influência das leis trabalhistas brasileiras na relação capital/trabalho dos guias de turismo”, os autores objetivam esclarecer questões sobre a relação entre o trabalho e o capital no âmbito da atividade turística, valendo-se de um debate teórico entre as leis trabalhistas nacionais e a legislação do turismo, com o foco principal nas questões que envolvem o profissional guia de turismo e suas particularidades. Danielle Julião, Fernanda Cortês, José Farias, Juliana Lohmann e Thaís Costa trazem à tona a discussão sobre a flexibilização da CLT, a tendência crescente de terceirização no mercado de trabalho, a informalização do emprego e seus desdobramentos para a profissão de guia de turismo.
A Organização Mundial do Turismo (2003:61) conceitua resorts como “destinos turísticos integrados e relativamente independentes que oferecem uma variedade de instalações e atividades para os turistas”. Com base nesse conceito, no quarto artigo, intitulado “Os resorts e seus impactos nas comunidades locais: estudo de caso do Águas do Treme Lake Resort no município de Inhaúma, em Minas Gerais”, discutem-se os impactos dos resorts nas comunidades locais, por meio de alguns instrumentos de avaliação, como geração de empregos e divisas, adoção de ações de responsabilidade social, valorização dos moradores e cultura local. Os autores Karla da Silva e Nelson Vieira tecem conclusões a respeito da interferência do empreendimento na localidade e da realização de ações sustentáveis.
No quinto e último artigo, denominado “Hacia una definición de angustia, riesgo y miedo: aplicada al mundo de los viajes y el turismo”, o autor Korstange Maximiliano destaca um tema ainda incipiente entre estudiosos do fenômeno do turismo: a relação de risco, medo e angústia, gerados durante uma viagem. Justifica-se essa relação com base no princípio de que viajar implica um processo psicológico que provoca angústia e medo, pois o indivíduo se sente inseguro ao adentrar em um ambiente desconhecido. Tendo como base a psicologia social, a antropologia e a filosofia, retrata o articulista a angústia de viajar, representada pela dualidade: satisfação pela novidade/ insatisfação pelo que é estranho.
Para complementar esta edição, André Coelho elaborou uma valiosa resenha crítica a respeito do livro Vencer no caos: lições do guru de administração e marketing para uma gestão eficaz em tempos de turbulência, cuja versão original (Chaotics: The business of managing and marketing in the age of turbulence) é de Philip Kotler e John A. Caslione. No texto, revelam-se táticas de marketing e gestão, por meio de estudos de casos de empresas mundiais, para desenvolver os negócios nesta nova era, nomeada por Alan Greenspan como “a era da turbulência”. O estudo, por fim, destaca alguns modelos gerenciais que podem servir de referência para os mais variados negócios e para o desenvolvimento de sistemas de marketing para resiliência, tendo em vista a sustentabilidade dos negócios do século XXI.
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