PANDEMIA E DESEMPREGO NO BRASIL: IMPACTOS E CONSEQUÊNCIAS PARA OS JOVENS NO MERCADO DE TRABALHO.

Resumo

Os últimos anos foram marcados por intensas transformações no mercado de trabalho. Terceirização, outsourcing e “uberização” são termos cada vez mais presentes. Desde 2008 observamos uma acentuada elevação da precarização das relações de trabalho. Com o advento do Covid-19, esse quadro tende a se agravar. A pandemia, além de causar altos índices globais de mortalidade, vem ampliando o empobrecimento e a miserabilidade de parcela considerável da classe trabalhadora no Brasil. Propõem-se um ensaio teórico-empírico que reflita sobre a conjuntura econômica brasileira recente e seus impactos no mercado de trabalho brasileiro. Em seguida, a questão das consequências deste cenário para trabalhadores mais jovens será aprofundada e discutida com base nas informações extraídas da PNADC/T– IBGE. A suposição central é que a pandemia de Covid-19 tende a acirrar as desigualdades no mercado de trabalho, sendo acentuada para os trabalhadores mais jovens. Fundamentação teórica: Crise de 2008, fim era da globalização. Emergência de países industrializados pelas economias emergentes dos NIC´s (new industrialized countries) e da “Chíndia. Oligopólios mundiais e sucessivas crises do capital. O esgotamento do modelo de produção fordista e desemprego como componente estrutural das sociedades contemporâneas. Contexto da economia brasileira contemporânea. Precarização e pandemia de covid-19 e impactos para os jovens com dados da PNAD. O atual cenário de desocupação no grupo dos trabalhadores jovens só se compara a crise brasileira enfrentada em 2015-2016. As evidências tendem a demonstrar que, em contextos recessivos, há aumentos na taxa de desemprego mais intensos para jovens do que para adultos. É possível perceber que a crise mundial decorrente da pandemia de Covid-19 tem impactos ainda mais acentuados aos trabalhadores jovens. O que se tem no atual momento, é que a distância entre taxa de desocupação do País e a taxa de desocupação dos jovens aumentou na crise de 2015-2016 e com a pandemia de Covid-19 disparou. Os dados da PNAD, do IBGE, revelam que a pandemia de Covid-19 é o evento mais dramático para o mercado de trabalho na história recente do Brasil. O aumento da informalidade e da precarização trazem à tona o “efeito cicatriz” e a diminuição do “efeito diploma”, afetando diretamente a trajetória profissional dos jovens. O Estado tem posição central como agente para conter os danos causados pela pandemia. Nas organizações, os desafios orbitam na esfera do aprofundamento da precarização do trabalho, da visão da força de trabalho como mera mercadoria e nas dificuldades na gestão das tarefas em home office.