UMA REFLEXÃO SOBRE A ESCRITA INTIMA E AS NARRATIVAS DE FICÇÕES DO EU EM COMER REZAR E AMAR DE ELIZABETH GILBERT
Palavras-chave:
universo simbólico, narrativa ficcional, escrita íntima, linguagem artística, relações sociais.Resumo
Este presente trabalho pretende trabalhar a importância das variáveis sócio culturais e dos universos simbólicos como pressupostos fundamentais para a formação do objeto artístico: a linguagem artística narrativa ficcional e escrita íntima. Tendo como objeto de analise o livro Comer rezar amar de Elizabeth Gilbert pretendemos entender como a narrativa ficcional pode ser autêntica ainda que a narrativa seja constituída por personagens “inventados” também estarão imersos no cotidiano e parte da experiência vivenciada e contada pela protagonista e narradora que é a autora. Tal fato também possibilita neste livro uma espécie de autobiografia que se faz a partir da escrita íntima, já que temos a observação de si mesma (autora) diante da criação e dos fatos do dia-a-dia vivenciados e lucubrados pela mesma. Tal livro, também, foi explorado pela indústria cinematográfica favorecendo uma maior acessibilidade do público, transcendendo o cerco das palavras escritas e entrando no mundo dos personas teatrais e de outros tipos de linguagens artísticas que compõem a produção da sétima arte. O fato é que todas as linguagens artísticas são formas de criação, expressão, comunicação dentro da realidade social. Isso significa dizer que estas são construídas por universos simbólicos e por contexto sócio cultural histórico e traduzidas pelos atores sociais (autores) em suas diferentes representações e significações costuradas na sua narrativa. Ou seja, a existência e a formação de diversos universos simbólicos respaldam o estudo da linguagem artística em sua realidade social, já que toda arte é condicionada pelo seu tempo e representa a humanidade em consonância com as ideias e aspirações, as necessidades e esperanças de uma situação histórica particular, assim como a maneira que se compõem as relações sociais em distintos ciclos que suscitam a emoção e refletem a subjetividade humana além de um complexo de fatores sócio culturais que são, na verdade, base para a produção da narrativa ficcional, autobibliográfica e a escrita íntima. Para entendermos tal relação utilizaremos como fundamentação teórica autores como Gilberto Velho, Antônio Candido, Bonet, Ernest Fischer, Lejeune, Sibília, Portella, Manhães entre outros.