CABELOS CRESPOS: FIOS QUE ENTRELAÇAM A IDENTIDADE NEGRA

Autores

  • Flavia dos Santos Mattoso UNIGRANRIO
  • Renan Gomes de Moura UNIGRANRIO

Palavras-chave:

Cabelo crespo, identidade negra, ancestralidade

Resumo

O cabelo crespo, que por muito tempo foi marginalizado e ligado aos padrões de beleza europeus, tem se transformado em um símbolo de identidade e resistência para muitas mulheres negras. Para elas, usar o cabelo crespo natural vai além da aparência e toca em aspectos profundos de autoestima e relações interpessoais. Cuidar dos cabelos vai muito além de uma simples forma de resistência contra as injustiças do sistema. As mulheres negras, muitas vezes, enfrentam pressões sociais e padrões de beleza que as desvalorizam e marginalizam, principalmente quando se trata da textura e do estilo dos seus cabelos. Essas cobranças têm raízes em um legado de colonialismo e racismo, que ainda reforça a ideia de que só cabelos lisos e com aparência europeia são considerados bonitos e aceitáveis. No entanto, muitas mulheres negras estão desafiando essas expectativas, valorizando suas raízes e mostrando sua identidade através dos seus cabelos naturais. O propósito desse estudo é analisar como os cabelos crespos, enquanto símbolo de ancestralidade e identidade racial, se relacionam com as indagações acerca da resistência e da celebração da diversidade. Enquanto essas mulheres continuam a reivindicar seu espaço e sua voz na sociedade, seus cabelos representam não apenas um símbolo da identidade racial, mas também um elo com a ancestralidade.

Biografia do Autor

Flavia dos Santos Mattoso, UNIGRANRIO

Graduada em Pedagogia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Doutoranda em Humanidades, Cultura e Artes na Universidade do Grande Rio (UNIGRANRIO), Docência do Ensino Superior pela UCAM. Assistente I na Gerência de Educação Infantil – Coordenadoria de Educação Infantil e Primeira Infância na Secretaria Municipal de Educação do rio de Janeiro (SME), [email protected]   

Renan Gomes de Moura, UNIGRANRIO

Doutor em Administração (UNIGRANRIO). Docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Humanidades, Culturas e Artes e do Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade do Grande Rio, [email protected]

Referências

BRAGA, Amanda. História da beleza negra no Brasil: discursos, corpos e práticas – São Carlos: Edufscar, 2015.

BYRD, Ayana D. e THARPS, Lori L. História do cabelo: Desembaraçando as raízes do cabelo preto na América. St. Martin's Press, Nova York. 2001.

DIONÍSIO, Dejair. Dossiê - Relações étnico-raciais: branquitude e os efeitos de sentido. v. 15 n. 37 . Publicado em: 28.07.2021. Disponível em: https://ojs.ufgd.edu.br/ Acesso em 05 de outubro de 2024.

GOMES, Nilma Lino. Corpo e cabelo como ícones de construção da beleza e da identidade negra nos salões étnicos de Belo Horizonte. Tese (Doutorado em Antropologia). Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, 2002.

__________________. Educação, identidade negra e formação de professores: um olhar sobre o corpo negro e o cabelo crespo. Educação e Pesquisa. São Paulo, v.29, n.1, p. 167-182, jan/jun. 2003.

__________________. Sem perder a raiz: corpo e cabelo como símbolos da identidade negra - Belo Horizonte: Autêntica, 2008.

__________________. Trajetórias escolares, corpo negro: reprodução de estereótipos ou ressignificação cultural? Revista Brasileira de Educação, nº 21, set-dez, 2002, p. 40-51. Disponível em: http://www.redalyc.org/ Acessado em 08 de junho de 2024.

HOOKS, Bell. Ensinando comunidade: uma pedagogia da esperança. Tradução: Kenia Cardoso, São Paulo: Elefante, 2013.

MUNANGA, Kabengele. Rediscutindo a Mestiçagem no Brasil: Identidade nacional Versus Identidade Negra. Petrópolis: Ed.Vozes, 2003.

PEQUENO, Anita. História Sociopolítica do cabelo crespo. Revista Z Cultural. Ano XIV – nº 01, 1º semestre de 2019. Disponível em: https://revistazcultural.pacc.ufrj.br/ Acessado em: 08 de junho de 2024.

PLURAIS, Espaço Feminismos. Ancestralidade - Um direito de todos: o de saber sua história. Blog. Publicado em 14 de novembro de 2024. Disponível em: https://espacofeminismosplurais.org.br/ancestralidade/ acessado em: 02 de dez de 2024.

UNIÃO, Diário Oficial da. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico- Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. D.O.U. de 10 de janeiro de 2003. Brasília: MEC, 2004.

Downloads

Publicado

2025-11-03

Como Citar

dos Santos Mattoso, F., & Gomes de Moura, R. (2025). CABELOS CRESPOS: FIOS QUE ENTRELAÇAM A IDENTIDADE NEGRA. Revista Magistro, 1(31), 84–94. Recuperado de https://publicacoes.unigranrio.edu.br/magistro/article/view/9223

Edição

Seção

Artigos