PERFIL DE ATENDIMENTO DO ACOLHIMENTO E CLASSIFICAÇÃO DE RISCO DA UBS X HOSPITAL: UM RELATO DE EXPERIENCIA

Autores

  • Henrique Prado Inácio unigranrio
  • Bruno Peçanha Lopes Unigranrio
  • Rony Natal Camcilheri Unigranrio
  • Aline Affonso Luna Unigranrio
  • Elisângela Alexandre Silva Unigranrio
  • Taísa Diva Felippe Unigranrio

Resumo

INTRODUÇÃO: Faz-se saber que segundo resolução 423/2012, art.1 do COFEN a classificação de risco e priorização da assistência em Serviços de Urgência é privativa do Enfermeiro, com base nisto sabemos que neste serviço tanto em âmbito hospitalar quanto unidade básica de saúde (UBS) o acolhimento e classificação de risco andam em conjunto, sendo assim entende-se por acolhimento como um modo de operar os processos de trabalho em saúde de forma a atender a todos que procuram os serviços de saúde, ouvindo seus pedidos e assumindo no serviço uma postura capaz de acolher, escutar e pactuar respostas mais adequadas aos usuários, ele é como um dispositivo tecno-assistencial permite refletir e mudar os modos de operar a assistência, pois questiona as relações clínicas no trabalho em saúde, os modelos de atenção e gestão e as relações de acesso aos serviços (MINISTÉRIO DA SAUDE, 2004). E a “Classificação de Risco é entendida como um processo dinâmico que consiste em identificar o risco/vulnerabilidade do usuário, considerando as dimensões subjetivas, biológicas e sociais do adoecer, e desta forma orientar, priorizar e decidir sobre os encaminhamentos necessários para a resolução do problema do usuário” (SOUZA; BASTOS, 2008 p:582), “onde os critérios de classificação do risco clínico dos pacientes, incluem os níveis de prioridade e cor  atribuída, o tempo de espera para o atendimento médico, a reavaliação de enfermagem e o método de avaliação  da queixa principal, estratificando o risco em cinco níveis  distintos e que têm sido referidos por cores para facilitar a  visualização”(SOUZA; TOLEDO;TADEU; ET AL, 2011 p:3).  

 Avaliar riscos e vulnerabilidade implica estar atento tanto ao grau de sofrimento físico quanto psíquico, pois muitas vezes o usuário que chega andando, sem sinais visíveis de problemas físicos, mas muito angustiado, pode estar mais necessitado de atendimento com maior grau de risco e vulnerabilidade, com isso devemos estar atentos aos sinais clínicos que este apresenta como a demanda da população que busca o serviço é grande acaba que o profissional escalado para classificação e acolhimento não fazendo um exame físico direcionado e assim este fica atento às queixas do paciente para assim fazer ligação com a clinica para então poder ser classificado não esquecendo que para esta classificação também se faz necessário à observação de padrões hemodinâmicos e glicêmicos como, por exemplo, um paciente com uma pressão arterial (PA) de 220 x 140 mmHg deve-se classificar como amarelo tendo este prioridade no atendimento pois a sua PA pode levar a um comprometimento a nível cerebral ou coronariano. Então se faz necessário saber sobre o tempo que cada cor demanda para o atendimento e o que agravos incluem em cada cor, são quatro cores para classificação do paciente, a vermelha que diz que o atendimento deve ser com prioridade zero, amarelo com prioridade 1 , verde com prioridade 2  e azul com prioridade 3 , sendo o paciente classificado como vermelho são aqueles  que deverão ser encaminhados diretamente à Sala Vermelha (emergência) devido à necessidade de atendimento imediato (MINISTERIO DA SAÚDE, 2004). Sendo a classificação amarela para pacientes que necessitam de atendimento médico e de enfermagem o mais rápido possível, porém não correm riscos imediatos de vida. Deverão ser encaminhados diretamente à sala de consulta de enfermagem para classificação de risco (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2004). Sendo a classificação verde para pacientes em condições agudas (urgência relativa) ou não agudas atendidos com prioridade sobre consultas simples – espera até 30 minutos (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2004). E já a classificação azul para as demais condições não enquadradas acima (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2004).

 Então durante a prática curricular da disciplina Estagio Supervisionado Integralizador I a qual era vivenciada em dois locais diferentes na UBS e na unidade hospitalar terciária ambos localizados no município Duque de Caxias, podemos vivenciar dois momentos relacionados à mesma função do enfermeiro na classificação de risco e assim então surgiram as seguintes questões norteadoras: Quais seriam as principais queixas dos pacientes na Unidade Básica de Saúde e na unidade hospitalar? Quais seriam as cores de classificação segundo o ministério de saúde predominante na UBS e na unidade hospitalar? Sendo assim, os objetivos são: Identificar as principais queixas dos pacientes na Unidade Básica de Saúde e no hospital e identificar a cor de classificação de risco predominante na Unidade Básica de Saúde e no hospital.

METODOLOGIA: Trata-se de um relato de experiência vivenciado durante a prática curricular do nono período na disciplina de Estagio Supervisionado Integralizador I, onde através de um estudo com auxílio de uma coleta de dados, realizamos a coleta das principais queixas dos pacientes e qual a cor que este foi classificado não sendo separado pediatria e adulto e também os pacientes com mais de duas queixas foram separados e classificados quanto a cada uma no presente estudo, sendo realizada a coleta na unidade hospitalar no período de 03 de outubro á 24 de outubro às sextas-feiras de 08h00min ás 12h20min e na UBS no período de 25 de setembro a 23 de outubro às quintas-feiras quinzenalmente das 08h00min ás 16h00min, e assim fazer um comparativo entre a classificação da UBS e do hospital observando quais as queixas que mais surgem em cada um e qual a cor de classificação que tem predominância e fazendo um levantamento do perfil de atendimento de um e do outro para fazer este levantamento dividimos as queixas álgicas dividimos em 14 grandes áreas que são Trauma , Dor englobando todos os tipos de dor , distúrbios cardiovasculares ( hiper/hipotensão ), distúrbios metabólicos (edema, hipo/hiperglicemia, febre , xerostomia, abcesso, sangramento intenso, abdome ascítico, urticaria, hiperemias) , distúrbio gastrointestinais (falta de apetite, diarreia, náuseas, vomito, plenitude gástrica, distensão abdominal), distúrbio respiratório ( tosse , dispneia), distúrbio urinário (disúria e troca de cateter vesical) , realizar exames ( acidente de trabalho , eletrocardiograma), Lesão( lesão e corte), mal estar geral e neurológico ( Tontura , sincope, rebaixamento do nível de consciência, avaliação do psiquiatra, agitação psicomotora). 

RESULTADOS: Através da coleta de dados podemos observar que o número de atendimento no hospital foi de 157 atendimentos dentro do dia de estágio sendo 45 queixas álgicas. Já UBS foram 115 atendimentos durante a coleta de dados sendo 31 queixas álgicas. Iremos mencionar abaixo através de gráficos as queixas álgicas encontrada em cada ambiente.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Classificação de risco: Nos gráficos abaixo iremos comparar a classificação na UBS e no Hospital:

 

ANALISE DOS RESULTADOS: Observamos através dos gráficos que no hospital as principais queixas são relacionadas á dor (79%), distúrbios metabólicos (19%) e trauma (11%) sendo as principais classificações azul (56%) e verde (50%), na UBS mostram que a principais queixas são também relacionada à dor (54%), distúrbios metabólicos (12%) se diferenciando da unidade hospitalar em distúrbios cardiovasculares (8%) e neurológicos (22%) sendo as principais classificações verde (50%) e azul (24%). Porém na unidade hospitalar podemos observar também mais classificações amarelo (21%) onde o cliente tem maior prioridade, na UBS temos número de classificação verde predominante em 50%, já no âmbito hospitalar a predominância também é verde em 80%. Através destes resultados podemos então observar que no âmbito hospitalar temos maior numero de atendimento sendo este a maioria de dor e distúrbios metabólicos e trauma, e já na UBS que é uma unidade de atendimento primário observamos como maioria de queixas também a dor, distúrbios cardiovasculares e Neurológicos.

CONCLUSÃO: Concluímos que esse modo de acolhimento é o mais apropriado para a dinâmica em equipe, que nos permite como profissional da saúde refletir e mudar os modos de atender os que procuram o atendimento em saúde, ouvindo suas solicitações, queixas e sinais e sintomas; o profissional de enfermagem tem a responsabilidade de avaliar o grau de risco de cada queixa, observando os sinais e sintomas de acordo com as queixas do paciente e assim fazer a avaliação do paciente através da cor mais adequada para este, encaminhando esse paciente. Vermelho é emergência devido à gravidade da necessidade de atendimento sendo necessário atendimento imediato, amarelo necessidade de médio grau, não correndo risco imediante de morte, verde é a classificado como urgência relativa podendo esperar trinta minutos, azul sendo para mais diversas condições, sendo nós enfermeiros responsáveis pela vida desse paciente.

Descritores:   Enfermagem Prática, Estudantes de Enfermagem, Enfermagem em Emergência.

REFERÊNCIAS:

COFEN. Resolução nº 423/2012. Disponível em _<http://www.cofen.gov.br/resoluo-cofen-n-4232012_8956.html> acessado em 09/11/2014 ás 11h16min.

 

MINISTERIO DA SAÚDE. HUMANIZASUS. Acolhimento com avaliação e classificação de risco: um paradigma ético-estético no fazer em saúde. Brasília – DF. 2004.

 

SOUZA, Raíssa Silva; BASTOS, Marisa Antonini Ribeiro. Acolhimento com classificação de risco: o processo vivenciado por profissional enfermeiro. Rev. Min. Enferm. V.12, n.4, p. 581-586, 2008.

 

SOUZA, Cristiane Chaves; TOLEDO, Alexandre Duarte; TADEU, Luiza Ferreira Ribeiro; CHIANCA, Tânia Couto Machado. Classificação de risco em pronto-socorro: concordância entre um protocolo institucional brasileiro e Manchester. Rev. Latino-Am. Enfermagem. V.19, n.1, p. 1-8, 2011.

 

 

Biografia do Autor

Henrique Prado Inácio, unigranrio

Acadêmico de Enfermagem do  9º período da  Universidade do Grande Rio Prof. José de Souza Herdy - UNIGRANRIO. Membro do Grupo de Estudos em Atenção à saúde da linha de pesquisa Estudos Relacionados com a Oferta de Cuidados na Rede de Saúde. 

Bruno Peçanha Lopes, Unigranrio

Acadêmico de Enfermagem do 9º período da Universidade do Grande Rio Prof. José de Souza Herdy -UNIGRANRIO

Rony Natal Camcilheri, Unigranrio

Acadêmico de Enfermagem do  9º período da Universidade do Grande Rio Prof. José de Souza Herdy - UNIGRANRIO. Membro do Grupo de Estudos em Atenção à saúde da linha de pesquisa Estudos Relacionados com a Oferta de Cuidados na Rede de Saúde. 

Aline Affonso Luna, Unigranrio

Enfermeira. Mestre em Enfermagem pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). Professora Assistente na Universidade do Grande Rio Prof. José de Souza Herdy - UNIGRANRIO

Elisângela Alexandre Silva, Unigranrio

Acadêmico de enfermagem do 9º período da Universidade do Grande Rio Prof. José de Souza Herdy -UNIGRANRIO.

Taísa Diva Felippe, Unigranrio

Enfermeira. Mestranda em enfermagem pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Professora colaboradora na Universidade do Grande Rio Prof. José de Souza Herdy. UNIGRANRIO.

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Publicado

2016-07-27

Como Citar

Inácio, H. P., Lopes, B. P., Camcilheri, R. N., Luna, A. A., Silva, E. A., & Felippe, T. D. (2016). PERFIL DE ATENDIMENTO DO ACOLHIMENTO E CLASSIFICAÇÃO DE RISCO DA UBS X HOSPITAL: UM RELATO DE EXPERIENCIA. Revista Rede De Cuidados Em Saúde, 10(3). Recuperado de https://publicacoes.unigranrio.edu.br/rcs/article/view/2569

Edição

Seção

Resumo Expandido