ALTERAÇÕES NEUROLÓGICAS ASSOCIADAS AO ZIKA VÍRUS: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA
Resumo
Recentemente na Polinésia Francesa e no Brasil, quadros severos com comprometimento do sistema nervoso central e microcefalias foram associados ao Zika vírus. O objetivo deste trabalho é identificar as publicações que relacionam a microcefalia pós-infecção pelo Zika vírus. Foi realizada uma Revisão Integrativa utilizando descritores relacionados com o objetivo nas bases de dados Medline, Lilacs e Scielo. Após as etapas iniciais de seleção foram incluídos 22 artigos no estudo. Identificou-se um surto de Zika no Brasil associado a um crescente número de casos com microcefalia congênita, nestas áreas, a microcefalia congênita aumentou em 20 vezes a prevalência antes do surto, sendo o maior aumento na região Nordeste. Verificou-se que a maior parte das publicações identificadas se refere a estudos de casos realizados após a epidemia ocorrida no Brasil. E que o desenvolvimento e o grau dessas anormalidades podem depender de variáveis clínicas como carga viral, fatores do hospedeiro, tempo de infecção aguda ou a presença de condições ainda desconhecidas. Sabe-se que pode afetar mulheres de todos os estratos socioeconômicos e exercer seus efeitos teratogênicos em todos os trimestres da gravidez, porém é mais frequente no primeiro trimestre, e está associada a anomalias cerebrais graves, incluindo calcificações, hipogria cortical, ventriculomegalia e anormalidades da substância branca. Uma avaliação completa desta associação pode revelar-se difícil a partir de dados recolhidos numa epidemia em curso, como no Brasil. O que torna necessários estudos mais amplos que possam identificar fatores/condições que contribuem para a infecção e consequentemente, a ocorrência de microcefalia associada ao Zika vírus.