Samba expressão cultural afrocarioca: o que contam os sambistas de Madureira e Oswaldo Cruz sobre os festejos em seus quintais
Palavras-chave:
Rio de Janeiro, Samba, Narrativas, Madureira, Oswaldo CruzResumo
O presente artigo visa relatar as contribuições culturais do negro na cidade do Rio de Janeiro, a partir dos encontros festivos acompanhados de comidas e rodas de samba, nos quintais suburbanos de Madureira e Oswaldo Cruz. Abordaremos como o ato de cantar, desde período escravocrata na cidade do Rio de Janeiro, sempre esteve presente no cotidiano do afrocarioca. Para o desenvolvimento do mesmo descreveremos fatos que envolvem o advento da Reforma Urbana da cidade carioca, episódio esse que provocou o deslocamento dos negros que viviam no centro da cidade, através da malha ferroviária, para geografia suburbana. Esses grupos étnicos frente à ausência de políticas de entretenimento, no sertão carioca, fazem de seus quintais um espaço de convivência onde o ritmo do samba, iguarias e encontros entre amigos funcionam como elementos de socialização. Tais encontros festivos dão visibilidade aos bairros, uma vez que vários compositores e cantores de sucesso passam a beber da fonte cultural implantada pelos afrodescendentes, que no passado fixaram residência nesta geografia suburbana. As contribuições orais dos sambistas de Madureira e Oswaldo Cruz, que se apresentam no corpo deste artigo, nos mostram como o samba, foi e ainda é de suma importância para o cenário carioca. Nas narrativas destes sambistas, podemos observar como os quintais suburbanos contribuíram e ainda contribuem, para a manutenção da cultura negra através das rodas de sambas promovidas pelos afrocariocas residentes e frequentadores destes espaços.