As alternâncias entre ficção e memória no quase-quase de Carlos Heitor Cony
Palavras-chave:
Romance. Memória. Família. Identidade.Resumo
Este artigo tem por objetivo analisar o romance contemporâneo Quase memória: quase romance, de Carlos Heitor Cony, a fim de compreender como o tema memória, com base na família e na identidade dos personagens, se insere na narrativa e a influência desse tema no tempo e no narrador da história. Com base nas pesquisas de autores como Salvatore D’Onofrio, Lygia Leite, Benedito Nunes, Dino Del Pino e Yves Reuter, este estudo promove uma discussão entre os gêneros biografia e romance, observando o contraste entre fato e ficção na obra de Cony, estuda o tempo da narrativa baseado em memórias do personagem principal, percebe o papel do narrador na construção da identidade do personagem, e comenta a idealização do pai herói. A análise permite depreender que a reconstrução da história a partir de traços da memória do narrador-personagem é muito significativa para a interpretação desse romance por parte do leitor.