ABERTURA POLÍTICA E MOVIMENTOS SOCIAIS: OS EFEITOS DA REDEMOCRATIZAÇÃO NO MOVIMENTO AMBIENTALISTA EM SERGIPE
Resumo
Os movimentos sociais em defesa do meio ambiente passaram a fazer parte de discussões no âmbito nacional brasileiro a partir da década de 1970, influenciados, sobretudo, por apelos internacionais, à exemplo da Conferência de Estocolmo (1972) e da consolidação de grupos ambientalistas engajados politicamente e em ONGs especificas (PÁDUA, 1991). No Brasil, a estrutura política da época em que estava em voga esses eventos criava limitações aos movimentos sociais. Porém, o fim do período militar permitiu o surgimento de uma nova relação entre movimentos sociais, partidos políticos e agências públicas, caracterizando um fenômeno que foi muitas vezes chamado de cooptação (DAGNINO, 2004). O presente trabalho insere-se em vertentes de estudos sobre o processo de criação de movimentos sociais procurando compreender quais os caminhos que os movimentos ambientalistas tomaram em Sergipe após a redemocratização? O que nos insere em uma problemática que discute a relação entre a conjuntura política e social, observada nas décadas de 1980 e 1990, e a criação de movimentos ambientais em Sergipe. O trabalho analisou as questões acima identificadas na criação do Movimento Popular Ecológico (MOPEC). A metodologia utilizada partiu de entrevistas e questionários, através de um mapeamento prévio dos agentes envolvidos tanto no movimento ambientalista quanto na institucionalização do Partido Verde.