O MEDO E A VIOLÊNCIA: PERSPECTIVAS DE PROFISSIONAIS DA SAÚDE

Autores

  • Maria Cristiane Lopes da Silva Secretaria da Educação do Estado do Ceará
  • Yara Marques Lima Universidade Federal do Ceará
  • Carliana Isabel Nascimento Pereira Universidade Federal do Ceará
  • Glória Maria dos Santos Diógenes Universidade Federal do Ceará

Palavras-chave:

Emoção Medo, Agente Comunitário de Saúde, Violência

Resumo

Este estudo surge da percepção de como a emoção medo se manifesta de maneira múltipla no cotidiano das Agentes Comunitárias de Saúde (ACS). A atuação dessas profissionais é atravessada por diversas formas de violência e conflitualidade, uma vez que trabalham e/ou residem em territórios marcados por vulnerabilidades sociais, raciais, etárias, estruturais e de gênero. O exercício da profissão vai além da prática em saúde, pois, em muitos casos, as ACS representam a única presença estatal nos territórios, sejam eles periféricos ou não. O objetivo desta pesquisa é compreender como a emoção medo se faz presente no trabalho das ACS da Prefeitura Municipal de Fortaleza, a partir do “Curso de Aperfeiçoamento Cuidando dos Conflitos e Prevenção à Violência nos Territórios”. Identificamos duas faces dessa emoção: de um lado, o medo associado à violência dos territórios onde atuam; de outro, o desafio de expressá-lo no coletivo de pares durante o Curso. O referencial teórico dialoga com a sociologia e a antropologia das emoções, explorando autores que tratam as emoções como ferramenta analítica. A abordagem metodológica é qualitativa, utilizando círculos de construção de paz, escuta ativa, formulários diagnósticos, entrevistas em profundidade, diários de campo e observação participante. As considerações não são conclusivas, porque buscamos fomentar reflexões sobre como o medo é percebido e vivenciado pelas ACS em sua prática profissional nos territórios.

Biografia do Autor

Maria Cristiane Lopes da Silva, Secretaria da Educação do Estado do Ceará

Graduada em Filosofia e Serviço Social, respectivamente pela Universidade Estadual do Ceará (UECE). Especialista em Administração Escolar pela Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA). Professora da Secretaria de Educação do Estado do Ceará, lotado como técnica na Coordenadoria da Escola e da Aprendizagem.

Yara Marques Lima, Universidade Federal do Ceará

Cientista social e mestre em Sociologia pela Universidade Estadual do Ceará (UECE). doutoranda em Sociologia pela Universidade Federal do Ceará (UFC) e graduanda em Direito pelo Centro Universitário Fametro (UNIFAMETRO). É pesquisadora e coordenadora discente do Núcleo de Estudos em Raça e Interseccionalidades (NERI). Atua com o desenvolvimento de formações, oficinas e cursos na área da educação para as relações étnico-raciais e do letramento racial. Atualmente coordena o Programa de Extensão do NERI, vinculado a Pró-Reitoria de Extensão (PREX) da UFC, atua como professora temporária da rede estadual do Ceará ministrando disciplinas de Sociologia e atua como instrutora do Projeto Virando o Jogo do Governo do Estado do Ceará. Tem como interesse os estudos voltados para o campo da educação, especificadamente para o letramento racial, educação para as relações étnico raciais, formação de professores, metodologias dialógicas e educação antirracista.

Carliana Isabel Nascimento Pereira, Universidade Federal do Ceará

Possui graduação em Licenciatura das Ciências Sociais pela Universidade Federal do Ceará (2020). Atualmente é mestre em sociologia e cursa o Doutorado em Sociologia, ambas as formações realizadas no Programa de Pós Graduação em Sociologia, também pela Universidade Federal do Ceará (PPGS - UFC). Tem experiência na área da Sociologia da Educação, Sociologia da Violência, Sociologia dos Conflitos Sociais e Sociologia dos conflitos socioambientais. Atuando principalmente nos seguintes temas: Práticas da não-violência e mediação de conflitos, Juventude, Educação, Desigualdade Social, Racismo e Violência Letal. Atua também enquanto pesquisadora do Laboratório de Estudos e Pesquisas sobre Conflitualidade e Violência (COVIO) da Universidade Estadual da UECE.

Glória Maria dos Santos Diógenes, Universidade Federal do Ceará

Possui Licenciatura em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Ceará (1980), Mestrado em Sociologia pela Universidade Federal do Ceará (1989), Doutorado em Sociologia pela Universidade Federal do Ceará (1998) e Pós-doutorado no Instituto de Ciências Sociais ICS da Universidade de Lisboa(2013). É Professora Titular da Universidade Federal do Ceará. É líder do Grupo de Pesquisa do Laboratório das Artes e das Juventudes(LAJUS) do Diretório de Pesquisa do CNPq. É líder e Membro-fundadora da Rede Luso-Brasileira de Pesquisadores em Artes e Intervenções Urbanas-R.A.I.U do Diretório de Pesquisa do CNPq. É membro fundadora da Rede Lusófona Todas as Artes, Todos os Nomes. É membro e coordenadora geral do Laboratório das Artes e das Juventudes (LAJUS-UFC) e Membro da REAJ - Rede de Estudos sobre Experiências e Ações Juvenis. É Sócia Efetiva da Associação Brasileira de Antropologia (ABA) e Sócia efetiva do Instituto Histórico, Geográfico e Antropológico do Ceará. Tem experiência nas áreas de Antropologia e Sociologia, com ênfase em Antropologia Urbana, atuando principalmente nos seguintes temas: Cidade, Arte Urbana, Juventude, Pesquisa no Ciberespaço e Práticas Etnográficas. Foi coordenadora do Programa de Pós-graduação em Sociologia da Universidade Federal do Ceará-UFC. É bolsista de produtividade em pesquisa do CNPq.

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Publicado

2025-02-25

Como Citar

Silva, M. C. L. da, Marques Lima, Y., Nascimento Pereira, C. I., & dos Santos Diógenes, G. M. (2025). O MEDO E A VIOLÊNCIA: PERSPECTIVAS DE PROFISSIONAIS DA SAÚDE. Revista Magistro, 2(30), 135–153. Recuperado de https://publicacoes.unigranrio.edu.br/magistro/article/view/9156

Edição

Seção

Artigos