AS POLÍTICAS PÚBLICAS NO ANTROPOCENO
Palavras-chave:
Antropoceno, Políticas Públicas , TerritorialidadesResumo
As intensas e profundas transformações provocadas pelos seres humanos na superfície terrestre levaram Crutzen e Stoermer (2000) a descrever o atual momento da história da Terra – o Antropoceno – como o período em que a espécie humana se tornou uma das “forças da natureza”, fazendo da Terra um “planeta humano”. Essas mudanças espaciais de caráter antrópico se intensificaram especialmente após a Segunda Guerra Mundial. O ritmo de transformação da natureza nunca foi tão acelerado, e o avanço do processo de urbanização contribui para a construção de um mundo cada vez mais humanizado. Os avanços tecnológicos alcançados nesse período possibilitaram a ampliação e a internacionalização da produção que gerou uma maior demanda por recursos naturais, resultando em uma série de problemas socioambientais que passaram a integrar a agenda política internacional. As novas questões ambientais começaram a ser discutidas em conferências globais promovidas pela Organização das Nações Unidas (ONU), influenciando políticas nacionais e impulsionando governos a desenvolverem políticas públicas para cumprir compromissos ambientais estabelecidos em âmbito internacional. No Brasil, a partir da década de 1990, a formulação das políticas públicas passou a contar com maior participação da sociedade civil, por meio dos conselhos deliberativos instaurados em diversas esferas de poder, promovendo a descentralização das decisões. No contexto do Antropoceno, as políticas públicas precisam considerar cada vez mais as questões ambientais inerentes à sociedade de consumo globalizada, uma vez que a sobrevivência da humanidade depende das condições ambientais do planeta, que estão em constante alteração no mundo globalizado. Além disso, é essencial levar em conta as territorialidades espaciais, que podem representar um caminho para a construção de um espaço mais harmônico e sustentável.
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