Escrevivências afrofemininas: sexualidades e autoficção em Luamanda
Palabras clave:
Literatura afrofeminina. Sexualidades. AutoficçãoResumen
O presente estudo desenvolve reflexões a cerca do debate sobre sexualidades das mulheres negras e como a autoficção explora essa temática. Luamanda é a protagonista do conto em análise e carrega em seu nome o título do sétimo conto da coletânea de textos que compõe o livro Olhos D’água (2016) da escritora mineira, Conceição Evaristo. Para este artigo, apresentamos a literatura afrofeminina a partir das sete identidades de uma mesma mulher, que tenta ressignificar o corpo feminino negro representado por oito perguntas ao longo das fases da vida de Luamanda, que vão desde a puberdade à vida adulta. Ao percorremos esta história compreendemos a mulher que Luamanda era e como se torna dona de si. A protagonista, construída por Evaristo, nos leva do ponto inicial do enredo com quase cinquenta anos e vai rememorando seus amores, suas vivências e experiências sexuais ao longo da sua existência. Para tal intenção, o artigo foi pautado em estudos de teóricas como bell hooks (2013), Patricia Hill Collins (2019), Guacira Lopes Louro (2000), Judith Butler (2019), Eurídice Figueiredo (2013), Silvia Federic (2017), dentre outras. A análise partiu dos elementos narrativos do conto em questão que permitiram traçar recentes pressupostos para as discussões sobre sexualidades e o corpo feminino negro. Bem como, entender as fronteiras enunciativas destes corpos que foram durante anos desnaturalizados, policiados e transformados em objetos da disciplina social através do racismo e sexismo.