MATERIALIDADE E IDENTIDADES POÉTICAS: MODUAN MATUS E CHACAL
Resumo
Intenta-se, com o artigo aqui apresentado, refletir sobre questões relacionadas às problemáticas das marginalidades e das materialidades da comunicação, nas obras de Chacal e Moduan Matus. Entende-se o termo margem, aqui, como aquilo que não ocupa ou se insere em um centro, seja ele político, social, cultural, literário, ou qualquer outro. E, materialidade, é um termo que se refere às bases mesmas das possibilidades de produção comunicativa e, por extensão, a poética. Portanto, marginal, neste artigo não aponta para infrações da lei, mas para conteúdos, comportamentos e estratégias ficcionais não convencionais ou não incorporados à tradição. É aí que a produção em mimeógrafo e a giz, praticada por ambos, respectivamente, se apresentam. O eixo do texto aqui apresentado centra-se na articulação propositada de um diálogo entre as poéticas desses dois autores cujas obras se relacionam, cada qual com suas peculiaridades, à temática da marginalidade, na literatura. São eles, Moduan Matus e Chacal. Entende-se, portanto, que cada um dos dois autores, guardadas suas fortes diferenças entre si, destaca-se (ou se destacou no início de suas carreiras), na literatura, por figurar, de alguma maneira, nos territórios das margens. Mais especificamente intenta-se chamar a atenção, a partir da interpretação de fragmentos de obras dos autores citados, para maneira como permitem que se reflita sobre as problemáticas das identidades, marginalidades e materialidades da literatura.