INTERFACES ENTRE SAÚDE E RELIGIÃO NO PROCESSO DE CURA: PERSPECTIVAS ANTROPOLÓGICAS EM DEBATE
Resumo
RESUMO: O objetivo deste artigo é discutir como as práticas terapêuticas populares intermediadas pela religião constituem-se em dispositivo para a construção dos sentidos sobre a doença e o vazio desencadeado pelo modelo biomédico, constituindo-se como estratégia que legitima e ameniza a incerteza diante das questões de caráter moral, pessoal, social e físico. Nesse sentido, a percepção da causa e da profilaxia para todos os males, sendo determinada por fatores culturais, é ancorada em redes de símbolos que articulam conceitos biomédicos e culturais e implicam em formas características de pensar e de agir frente a um problema de saúde. A pesquisa, de cunho bibliográfico, tem como base a abordagem da noção espírita de doença, ancorada na premissa do livre-arbítrio, que implica na percepção do corpo e na perspectiva moralizante que responsabiliza o indivíduo por todas as suas aflições e pressupõe a revisão comportamental como possibilidade de ressignificação dos infortúnios da vida e de agenciamento da cura.