INTERCULTURALIDADE CRÍTICA E EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS: REFLEXÕES ACERCA DE UMA “JUSTIÇA COGNITIVA”
Palavras-chave:
Interculturalidade Crítica, Decolonialidade, Educação em Ciências, Justiça Cognitiva, Formação Docente.Resumo
O artigo tem o objetivo de propor uma reflexão acerca da importância e dos desafios da inserção do tema da interculturalidade crítica nos marcos da Educação em Ciências. Considerando os processos de acirramento das mais variadas formas de racismos e discriminações que se espalham por diversas partes do mundo, o texto se estrutura a partir de duas premissas: a) o processo de colonização das Américas, central para a formação da Modernidade, produziu uma fissura onto-epistemológica no âmago da civilização humana, ao postular a existência de zonas de ser e de não ser e a concomitante desqualificação de saberes produzidos fora das fronteiras ocidentais e; b) a interculturalidade crítica constitui-se num esforço de reparação e restituição simbólica que a Ciência ocidental deve aos povos colonizados, cujas epistemes foram invisibilizadas ou anuladas ao longo da consolidação da Modernidade/Colonialidade. Trata-se de uma análise bibliográfica que toma como parâmetro de análise algumas categorias da decolonialidade, uma perspectiva teórica e metodológica que questiona as abordagens canônicas acerca da formação da Modernidade. Espera-se colaborar não apenas para a ampliação dos espaços de discussão democrática, como também para o fortalecimento de uma concepção e de um fazer científicos que reconheçam a importância do debate com epistemes outras, diferentes daquela criada pela tradição de pensamento ocidental.
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